Fábrica Lumière

Este blog nasceu num café-bar chamado "Vertigo", em Lisboa. Pensámos logo que esse nome era um sinal... Só podia. Adoramos "fazer filmes", essa é que é a verdade! Mas inspiramo-nos sempre nos originais. Se a amizade morresse, sobraria inevitavelmente a paixão pela sétima arte que nos une.

março 31, 2005

Janela Indiscreta 14



Das estreias desta semana Bride and Prejudice , para nós A Noiva Indecisa, encheu-me o olho.
Porquê?

1º - porque é um musical;
2º - porque guardo boas recordações de Bollywood, como o divertido East is East ou o mais recente Bend It Like Beckham (que até é da mesma realizadora);
3º - porque a maior parte do filme se passa na India;
4º - porque tem Naveen Andrews (acreditem em mim, ele ainda vai dar que falar se lhe derem papéis de jeito), que foi Kip, o desarmador de minas do "Paciente Inglês" e que podemos ver actualmente na série LOST;
5º - (para os rapazes) porque tem a Ashanti e mais duas ex-misses! (a miss India 93 e a miss mundo 94);
6º - porque o filme continua depois de acabar, com cenas do making-off (eu não gosto de me levantar logo da cadeira);
7º - porque a pimbalhice não é contagiosa (espero).

março 30, 2005

Primeira Página 9

My name is Owen, Clive Owen
(ou mais uma acha para a fogueira...)



Segundo esta notícia parece que o rapagão da foto vai à frente na corrida...

O moço é giro, não dá para negar, mas tem traços rudes e é demasiado robusto. Não é que tenha que ser um James Bond franzino, mas tem é que exalar charme por todos os poros mesmo vestindo uma "t-shirt-branca-de-cavas-à-la-estivador" ou um "fato-macaco-sujo-de-óleo-à-la-mecânico".
Façam o teste, visualizem o vosso James Bond nessas figuras e vejam se eles mantêm o charme. Mas atenção, charme é uma coisa e sex appeal é outra...bem diferente por sinal. E quando falamos em 007 falamos necessariamente em charme, basta pensar nos produtos que se associaram à imagem do famoso espião.
Não sou especialmente apreciadora de loiros, mas acho que já era tempo de haver outro "James Blonde" para além do Roger Moore, por isso mantenho o voto e a fé no Jude Law.
Ah, claro...o Jude passou no teste do charme.

março 29, 2005

A minha vida dava uma série ...

Sempre me fascinaram as séries policiais, criminais e de investigação.


No início dos anos 80, vivendo ainda a inconsciência tranquila dos meus 10 ou 11 anos, fazia a primeira aproximação ao crime, aos polícias e aos ladrões pela mão segura de “Balada de Hill Street”. Não se podia começar melhor! Alguém consegue esquecer a azáfama da esquadra liderada pelo capitão Furillo e as suas duplas fantásticas Joe & Lucy, Bobby Hill & Renko e La Rue & Washington. E a extravagância que era ficar à espera da “sensual” cena final, protagonizada por Furillo e a sua amante Drª Joyce (a defensora dos pobres e oprimidos).



Nos anos 90, a esquadra do capitão Furillo já tinha fechado portas e chegava Twin Peaks e a morta Laura Palmer. Nunca uma morte rendeu tantos episódios. Mas eu estive lá todas as noites, com fidelidade quase canina, sem pestanejar, e sem alma que me acompanhasse no visionamento deste enredo tenebroso. Valeram todos os minutos de respiração contida e todos os barulhinhos que eu achava que ouvia no curtíssimo trajecto que unia a sala e o quarto.



No baú também já estão guardados os Ficheiros Secretos (Chris Carter). Esforcei-me imenso por imitar a pronúncia exótica da agente Dana Scully, numa tentativa, que se revelou completamente frustrada, de atrair o Fox Mulder e descobrir com ele uns “homenzinhos verdes”.



Agora delicio-me com Crime Sob Investigação, mas sou selectiva. Só me interessa a equipa de Las Vegas, a primeira, a original. Bem, sendo absolutamente sincera, a minha atenção cola-se em Gil Grissom. Já me viciei naqueles olhos azuis cintilantes e inteligentes, naquele olhar que capta tudo, mas deixa escapar tão pouco da sua alma. Até faz arrepiar … e não é de medo !!

Janela Indiscreta 13



Nunca se esperou tanto por um...vilão

Foi "orgásmica", diz Hayden Christensen, a experiência de usar pela primeira vez o capacete negro de Darth Vader. O momento, recorda Rick McCallum, foi acompanhado por todos quantos estavam nas filmagens: "Avisei a Fox que iríamos começar a filmar às 16h. Nesse dia, apenas 600 pessoas deveriam estar no "set", mas, às 15h, 1500 pessoas estavam à porta do estúdio. Quando o Hayden entrou vestido de Darh Vader, não se ouvia nada. As pessoas estavam petrificadas."
"Acho que ainda não estou bem consciente de que eu sou o Darth Vader", diz Christensen, que não era nascido no ano de estreia (1977) de "A Guerra das Estrelas" - nasceu em 1981. Com o reconhecimento conquistado pelo seu papel na saga intergaláctica mais famosa da história do cinema, Christensen está resignado a ser conhecido para o resto da sua vida como o actor que fez de Darth Vader. "É óbvio que vou estar para sempre associado a Darth Vader e Star Wars. Cool...".

Barreira Invisível 5

The Assassination Of Richard Nixon

"My name is Sam Bicke and I consider myself a grain of sand on this beach called America... If I am lucky, the action that I am about to take will show the powerful that even the least grain of sand has in him the power to destroy them."



O filme começa com "a ruptura" deste homem e depois leva-nos até à fase "à beira da ruptura" para podermos perceber o seu contexto. Está certo. É do contexto que se quer falar e não do acto propriamente dito. Um argumento tendencioso mas coerente e uma realização discreta mas eficaz marcam a estréia de Niels Mueller.

Sam Bicke é um homem demasiado idealista que atinge um limite emocional demasiado frágil. Don Cheadle (o melhor amigo) e Naomi Watts (a ex-mulher) são as vozes da razão e do bom senso que Sam não consegue ouvir, isolado que está na sua própria angústia e vitimização. Bicke é patético, é triste, é atormentado, é obssessivo, é perigoso mas é sempre humano. Não chegamos a simpatizar com ele ou a solidarizarmo-nos com a sua história, mas nunca deixamos de ver nele um ser humano para ver um monstro.

Sean Penn mostra a arte da representação pura e dura, num filme em que aparece em quase todas as cenas e que disse ter odiado fazer.
"Eu nunca gostei muito de actuar, mas há raras ocasiões em que não é tão doloroso. Mystic River foi muito bom. Mas era um processo diferente, era uma personagem diferente e havia muitos outros actores carregando o filme. Portanto havia tempo para descansar e equilibrar as coisas. Eu adoro saber que fiz esse filme, mas odiei fazé-lo. Estou muito orgulhoso do resultado, mas acho que foi o filme mais difícil que já fiz."

março 28, 2005

Barreira Invisível 4



Saí da sala verdadeiramente desconsolada depois de ver Birth.
Se há coisa que me angustia no cinema é ver uma boa ideia ser completamente arruinada. Neste caso, com a reencarnação não se brinca, nem com uma actriz como Nicole Kidman a servir de cabeça de cartaz num filme pretensiosamente mal filmado, mal escrito e mal conduzido. Isto não se faz.
É como prometer um doce a uma criança e depois dar-lhe um prato de brócolos.
Tivessem servido a ideia original ao Shyamalan e ele teria arquitectado a mais bela ementa cinematográfica dos últimos tempos. A ideia? Magnífica. Uma bela viúva que não ultrapassou a morte do marido encontra-se ao fim de dez anos noiva de um antigo apaixonado, quando um miúdo de dez anos aparece na sua vida afirmando ser uma reencarnação do seu falecido e muito amado marido...
A partir daí Birth poderia ter sido uma bela obra de arte. Não é. Dá-me ideia que o realizador, Jonathan Glazer, foi buscar inspiração a uns quantos realizadores e depois fez uma espécie de "bolo dos tolos", uns planos à la Oliveira, uns cortes à la M. Night, umas penumbras à la Lynch, uns olhares à la Amenabar... Desconexo, orfão de ADN, falso na maneira como nos dirige para um vácuo de simbolismo avulso.
É pena.

março 24, 2005

Óscares e Twins num post só!

Aqui as semelhanças são evidentes e têm a marca de Ada Nieves (a responsável pelo guarda-roupa do Pupcake Studio).



março 22, 2005

Janela indiscreta 12

Et voilá ...



Está quase aí o filme francês que recebeu o título de “36 - Quai des orfèvres" (que é afinal a morada da Polícia Judiciária), e que chegou até nós com a tradução de “36 Anti-Corrupção”.

O filme, que estreou em França em Novembro de 2004, caminha de cabeça erguida para Portugal, tendo recebido oito nomeações para os “César 2005”, designadamente, nas categorias de: melhor filme, melhor realizador (Olivier Marchal) e melhor actor (Daniel Auteuil).


A acção passa-se em Paris. Perante a ameaça de um gang que actua com rara violência há vários meses, o director da Polícia Judiciária lança um desafio aos seus dois mais directos tenentes, Léo Vrinks (Daniel Auteuil) e Denis Klein (Gerard Depardieu). Aquele que fôr capaz de anular a actividade do gang será o seu substituto no cargo de director da PJ.
Léo e Denis, que já foram amigos, são agora adversários. Trabalham com equipas diferentes, têm métodos diferentes, mas no fundo, bem lá no fundo, o que eles disputam é uma mulher (toujours une femme). A “monalisa” chama-se Camille Vrinks (Valeria Golino). Certamente que se lembram dela ... era a Ramada do filme “Ases pelos Ares”.

Mary - Queen of Scots


A história da rainha católica da Escócia levada ao grande écran é um projecto que acompanho com alguma ansiedade porque Mary Stuart é uma personagem histórica que há muito tempo me interessa. Mas há outra razão de peso. Um dos produtores é Ridley Scott, o senhor de Blade Runner, Alien, Thelma & Louise e Black Hawk Down, só para mencionar os meus preferidos.

Sabe-se pouco até ao momento: o estúdio será a Warner Independent Pictures, o argumento está a cargo de Jimmy McGovern e Bryce Dallas Howard será Mary Stuart, uma "escolha-bingo" tendo em conta o seu desempenho em "A Vila" de M. Night Shyamalan. Este é mesmo o tipo de filme onde ela pode mostrar todo o seu talento (Vanessa Redgrave em "Mary, Queen of Scots" de 1971 foi nomeada para o Oscar e para o Globo de ouro de Melhor Actriz).

Então e o realizador? Sem ele não há nada, é como se nem sequer existisse projecto! A última notícia que li anunciava que as filmagens começariam já neste Março que está a acabar e continuava sem dizer quem se sentaria na cadeira de lona. Ridley Scott, o meu segundo realizador favorito, é o alvo das minhas preces e macumbas, das velas que acendo a um e a outro. Mas até agora nada e este suspense está a dar cabo de mim.

Quiz Show 2

(um post privadíssimo..)

Qual foi a primeira aparição de Sean Penn como actor?

Foi em 1974 na série "Uma Casa na Pradaria" (essa mesmo!) num episódio realizado pelo seu pai, Leo Penn.

Na cerimónia de entrega do John Steinbeck Award 2004, Peter Coyote perguntou ao homenageado Sean Penn se ele achava constrangedor ter tido o seu "debut" nessa série, ao que ele respondeu: "No, there was a real pretty blond girl on that show."
Só me resta investigar se seria a Mary Ingalls ou a Nellie Oleson.

Afinal, está tudo interligado... por esta é que não esperavam.
Nem eu!

março 21, 2005

Twins 2

Segundo fontes secretas de Hollywood, estas sim são irmãs gémeas separadas à nascença.
Grace Jones e Bridget Nielsen:





Será que só eu é que vejo semelhanças?

Janela Indiscreta 11



White Noise

Este filme começa assim:
"White Noise - Fenômeno de Voz Eletrônica. A gravação de vozes e imagens dos mortos através de um aparelho receptor fora de sintonia. Identificado em 1939 e agora assunto de uma crescente pesquisa científica por todo o mundo, para finalmente...possibilitar a comunicação com os falecidos."

MEDO!!!!

Lembram-se do Tubarão? Que pôs muita boa gente a fugir das praias? Pois este White Noise já fez com que eu desligasse todos os rádios lá de casa da corrente (e no carro já só ouço cassetes!). Fiquei com pânico à estática!

É com o melhor Batman de todos os tempos, Michael Keaton (aqui meio alourado, à la Herman José). Trata de mensagens do além, registadas pelo ouvido humano na estática dos rádios mal sintonizados ou de imagens de mortos na estática das televisões.
No fim "sossega-nos" com o aviso de que apenas uma em cada 12 mensagens destas se têm verificado malignas...LIVRA!

Os meus James Bonds



Robbie Williams = Clown
Sean Connery = Esclerozado
Jude Law = Abichanado até dizer chega

Que nos resta????

Produto nacional...e o resto são conversas!

março 20, 2005

Deus é brasileiro



Sempre me fascinou o Brasil, um fascínio que vai muito mais além da expressão “somos todos irmãos", que, pela excessiva repetição, se tornou tão vazia, tão alheada do verdadeiro sentimento que une Portugal e Brasil. Encontradas e aperfeiçoadas as “personalidades” de cada país, caem por terra os complexos, as inseguranças, e é tão bom poder ouvir e ver as maravilhas desse país tropical, que por ser tão grande nos chega tão diferente, tão eclético.
O cinema brasileiro foi uma boa descoberta com filmes como "Carandiru”, “Cidade de Deus”, “Abril Despedaçado” (com o astro Rodrigo Santoro). Mas é sobre “Deus é brasileiro” que vos quero falar.



“Deus é brasileiro” é uma comédia do realizador Carlos Diegues, natural de Maceió. E, como todas as comédias que são razoavelmente bem feitas, deixa-nos uma boa sensação no coração, e, sem ser pretensioso, deixa-nos a pensar na vida.
O Deus deste filme, muito bem entregue, quanto a mim, a António Fagundes, resolve tirar umas férias, cansado dos contínuos erros, pedidos e reclamações dos Homens. Mas para concretizar as suas férias celestiais precisa de encontrar um substituto, pelo que resolve procurá-lo no Brasil, um país tão ferveroso na fé e na religião. Na sua procura pelo substituto, Deus tem um guia, Taoca (Wagner Moura), um pescador que vê na sua aliança com Deus uma boa oportunidade para solucionar os seus problemas.
A interpretação de Wagner Moura não ficou pequena ao lado do "Deus" Fagundes, embora depois da sua interpretação em Carandiru, tudo fique a saber a pouco.


Não sendo um filme excelente, nem inovador, tem uma fotografia extraordinária e um calor que chega a ser palpável.

março 18, 2005

Agora é que dizem...

Bem, a Roxanne e a Sony Hari não concordam com o Robbie para James Bond...

A Roxanne quer este:




A Sony acredita na versão 007, ao Serviço de Sua Majestade no Lar:



PS - Para a próxima façam valer os vossos direitos e não me lixem o post...

Twins 1

Inauguro a rubrica "Twins - Separados à nascença, reunidos em Hollywood" com Leonardo diCaprio e Benicio del Toro.
Para além de terem ambos uma preposição em língua estrangeira no meio do nome, também partilham o mesmo olhar à matador!


Havia de ser lindo...

Penn, Fiennes, Roberts Top Choices for Casablanca (Jul. 7, 1997)

"A Casablanca remake is in the works, and the project's screenwriter is letting his casting choices be known. Writer Michael Walsh tells Newsday columnist Liz Smith that Sean Penn is his choice to fill Humphrey Bogart's shoes as Rick. Walsh would also like to see Ralph Fiennes in the role of Laszlo the freedom fighter, and Julia Roberts as Ilsa, the role occupied by the incomparable Ingrid Bergman in the 1942 classic."

É pena que esta notícia seja tão antiga e que este projecto já não deva ir para a frente (mas eu ainda tenho esperanças…). Quanto à Julia Roberts parece-me claramente uma má escolha, até porque não me lembro da Ilsa ser mais alta que o Rick, era mais o contrário. Aproveito para sugerir Jamie Foxx para o lugar ao piano.
Agora, se há alguém que tem o mesmo ar sofrido e torturado do Humphrey Bogart é o Sean Penn, e estas fotografias mostram semelhanças que à primeira vista não veríamos, quanto mais não seja nas rugas da testa.

março 17, 2005

Este é o nosso James Bond


A Fábrica aposta nele para 007. Hugh Grant também colhe alguns apoios. Como de costume, ninguém deve dar ouvidos aos Suspeitos. Mas era este.

Comunicado à População



Zissou

1 - O Team Zissou acaba de atracar na doca de Alcântara. stop
2 - A tripulação do Belafonte estará à vossa espera na maioria dos cinemas da capital. stop
3 - Os portugueses deram um nome ridículo à nossa expedição (Um Peixe Fora de Água), o que enfureceu o nosso comandante, o glorioso Steve Zissou. stop
4 - Saudações aquáticas. Fim

março 16, 2005

Reunião semanal

Caros colegas, companheiros, amigos, visitantes e afins,

A reunião semanal terá presente três novos convidados: A Lasanha do Lidl e os seus acompanhantes o Sr. Pão de Alho e a Madame Baguete de Ervas.
O local é caseiro e estarei à vossa espera de braços e DVD abertos!

Até mais logo!

Barreira Invisível 3

Sideways



Quando andamos a enganar-nos a nós mesmos, nada melhor que um verdadeiro amigo para nos mostrar a imagem que não queremos ver no espelho.



Uma história "aparentemente" simples sobre ambições falhadas, desilusões e amizade, com o travo agri-doce do fim da juventude.

Alexander Payne faz um belíssimo trabalho na realização. Podemos sorrir várias vezes, é verdade, mas o humor em Sideways, tal como em "As Confissões de Schmidt", está carregado de desencanto. Para quem gosta do género tragi-comédia, este é um nome a reter. Eu já o fiz.

Num filme bastante consistente em termos de interpretações, a nomeação ao Oscar de melhor actor secundário para Thomas Hayden Church é mais do que merecida (na minha opinião até mais que a nomeação de Virginia Madsen). Destaque também para a fotografia e para a banda sonora.

Sideways termina sem grandes redenções ou lições de moral e principalmente sem forçar os "rumos" das personagens principais, num final que é, mais uma vez, "aparentemente" simples.

Nota: Continuo a impressionar-me com a facilidade com que os americanos conseguem dizer tudo o que lhes vai na alma para uma "answering machine". Também em Sideways o final não seria o mesmo se não fosse essa capacidade de se declarar, de pedir desculpas, de falar de sentimentos para uma máquina.

março 15, 2005

Janela Indiscreta 10



Assault on Precinct 13 - 2005

Mito Urbano 1: Filme de gajos aos tiros uns aos outros é...filme para gajos
Mito Urbano 2: Um remake fica sempre a milhas do original
BULLSHIT!!!!

Na verdade, devo confessar que eu pensava assim. Aliás, nem me dei ao trabalho de investigar o que quer que fosse sobre este remake (que chega às nossas salas já em Abril). E porquê? Duas palavrinhas apenas: John Carpenter.
Eu juro que andava ainda na primária, o filme era "não aconselhável a menores de 18", numa altura em que os porteiros pediam MESMO o BI à porta. De mão dada com o papá, e depois de muita insistência com o porteiro, lá assisti...a esta orgia de carne perfurada por balas, uma carnificina non-stop, numa época em que ainda nem se sonhava com recordes de mortes por minuto (quais Rambo quais Comando, quais carapuça!).
O filme, o segundo na carreira do Mestre, era, desde logo, quase um remake: uma assumida homenagem a Rio Bravo de Howard Hawks.
Quase 30 anos depois, a nova versão está, desde já...no meu Top 5 de 2005, logo a seguir a Saw (mesmo mesmo a morder-lhe os calcanhares!).

Ficha rápida: Jean-François Richet realiza, com a ajuda de 3 pesos ultra-pesados, Ethan Hawke, Laurence Fishburne e Gabriel Byrne.
Porque é que é melhor que o original? A ousadia de alterar as linhas mestras do primeiro, sem exageros, mas com uma dose brilhante de criatividade.
Está lá a mesma velha esquadra, nº13, a um dia de fechar portas. Desta vez o Sargento é branco (Hawke) e o condenado mau-como-as-cobras é negro (Fishburne). O golpe de mestre reside na mudança de papéis dos invasores. Desta vez, no lugar do exército de drogados em transe, armados até aos dentes, Richet oferece-nos a elite da polícia nova-iorquina, ou seja, uma brigada inteira de operações especiais, todos corruptos, liderados por Gabriel Byrne, com uma única missão: eliminar Fishburne antes que este os entregue a todos em tribunal e já agora, os restantes ocupantes da esquadra por serem testemunhas incómodas.

Temos então uma velha esquadra sitiada na noite de ano novo, que devido a um tremendo nevão, recebe um grupo de prisioneiros indesejáveis só por uma noite. A esquadra iria fechar no dia seguinte, por isso não tem telefones, não tem armas e só tem o Sargento de serviço, mais um velho polícia à beira da reforma (regresso de Brian Dennehy) e duas civis.
Quando as coisas começam a aquecer, o sargento vê-se obrigado a armar os prisioneiros e as duas mulheres, com tudo o que tiver à mão que possa fazer mossa (neste caso, sangue).
Oito pessoas contra uma brigada de elite, com óculos visão-nocturna e toda a parafernália high-tech que se possa imaginar. O que falta? AH! Mais um secundário de luxo, John Leguizamo como prisioneiro junkie latino e...duas mulheraças de todo o tamanho! Maria Bello, (a loura dona do Coyote Bar) e...Drea de Matteo!! Essa mesmo! a Adriana dos Sopranos, com metro e meio de pernas escondidas por uma mini-mini-saia, a transpirar sexo por todos os lados, ao mesmo tempo que despacha inimigos a tiro ou à facada.
Tem romance? Era para ter, porque há sedução marota entre Hawke e uma das mulheres (não digo qual), mas o realizador tem uns "cojones" de todo o tamanho ao "assassinar" o par romântico, com a eliminação (execução, é mais o termo) de um dos apaixonados.

Vale por Laurence Fishburne, mais cool que um esquimó a mijar cubos de gelo (isto é elogio) mas fundamentalmente por Ethan Hawke, dos meus favoritos desde Gattaca, Training Day ou dos obrigatórios Before's (Sunrise e Sunset), que mete todos os Jude Laws, Phoenixs e Clive Owens da moda, no bolso. Até à próxima, que vou ver isto outra vez!

março 14, 2005

O prémio 3



(29 de fevereiro de 2004 - Sean Penn)

Sim, eles estão mesmo todos de pé.
Sim, também eu sozinha em casa te aplaudi de pé, com o mesmo vigor de quem estava lá.
Por mais cerimónias dos Oscars que assista, por mais ovações que veja, sinceramente não acredito que volte a sentir uma emoção tão forte como a que senti no momento desta foto.
Ainda hoje, arrepio-me só de olhar para ela.

Nota 1: É o que dá rever o Mystic River.

março 11, 2005

Não fui eu mas bem podia ter sido...


Jude Law

A fotógrafa britânica Sam Taylor-Wood é cá das minhas. Ela foi a autora da exposição Crying Men, exibida na galeria londrina White Cube de 29.10.04 a 04.12.04. Foram vários os actores de cinema que aceitaram chorar à frente da sua objectiva e o resultado é surpreendente. São retratos intimistas e registos individuais de fragilidade, vergonha, melancolia, vulnerabilidade, desespero e tristeza. Todos no masculino.


Tim Roth, Willem Dafoe, Jude Law, Dustin Hoffman, Woody Harrelson, Ben Stiller, Forest Whitaker, Kris Kristofferson, Steve Buscemi, Gabriel Byrne, John Leguizamo, Ed Harris, Robin Williams, Philip Seymour-Hoffmann, Laurence Fishburne, Sean Penn, Jude Law, Paul Newman, Hayden Christensen, Benício del Toro e Robert Downey Jr., entre outros.


Entrada na galeria por aqui.
(Clicar em Launch Popup, depois Skip Intro, clicar em Programme - White Cube, depois em Past no lado direito, e por fim em Sam Taylor-Wood no lado esquerdo).


Sean Penn

março 10, 2005

Janela Indiscreta 9

Beyond the sea



Para corações que batem ao som da música e para românticos incuráveis.
Para quem gosta de histórias verídicas de "gente feliz com lágrimas".
Para fãs dos anos 60 em geral, ou de Bobby Darin e Sandra Dee em particular.
Para quem sonha acordado com o que está "beyond the sea".

"Somewhere beyond the sea
she's there, watching for me
If I could fly like birds on high
then straight to her arms
I'd go sailing...

It's far beyond the stars
it's near beyond the moon
I know beyond a doubt
my heart will lead me there soon
..."


Fila de Casting...

Também já começaram as selecções para a personagem Lúcia em adolescente. Depois de sondarem alguns alunos universitários americanos as escolhas recaíram sobre:
Jenna Jameson e Kobe Tai




Em relação à sua personagem de infância os produtores estão muito inclinados para Macaulay Culkin que, segundo dizem os entendidos, com uma peruca morena tem muitas semelhanças com a "pastorinha portuguesa".