Fábrica Lumière

Este blog nasceu num café-bar chamado "Vertigo", em Lisboa. Pensámos logo que esse nome era um sinal... Só podia. Adoramos "fazer filmes", essa é que é a verdade! Mas inspiramo-nos sempre nos originais. Se a amizade morresse, sobraria inevitavelmente a paixão pela sétima arte que nos une.

abril 22, 2005

Nem tudo o vento levou

Há algum tempo que tinha vontade de lembrar nesta nossa “fábrica” um dos mais inesquecíveis homens da representação portuguesa: António Silva.


António Maria Silva nasceu a 15 de Agosto de 1886, na freguesia de Sacramento, em Lisboa. Passaram-se quase 100 anos desde a sua primeira representação (1910), mas nem por isso a lembrança de António Silva, e dos seus filmes a “preto e branco”, perdeu intensidade. Os seus gestos exagerados, teatralizados, a postura aristocrática, distinguiram-no desde sempre de outros protagonistas da comédia, como Vasco Santana por exemplo, que, gozando de uma “abastada” presença na tela, garantia, quase sem esforço de palavras, meia dúzia de gargalhadas. A graça de António Silva estava no seu ar “british”, refinado e cuidado, que não se perdia, fosse ele o alfaiate Caetano de “A canção de Lisboa” (1933), o comerciante Cipriano de “A menina da rádio” (1944) ou o sportinguista ferrenho de “O leão da Estrela” (1947).



Se o encontrasse hoje agradecer-lhe-ia pelos momentos de boa disposição, pelas tardes de domingo bem passadas, pelo chá e pelos bolinhos que a pretexto se faziam, pelo brilho que deixava nos olhos da minha avó sempre que aparecia na televisão.

Não era bonito, mas era charmoso, não era uma estrela de Hollywood, mas para mim merecia um oscar. FIM

1 Comments:

At 2:51 da tarde, Blogger Roxanne said...

Minha querida, tu também merecias um prémio por este post. Adorei esta homenagem mais que merecida! Beijinho

 

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