Breakfast on Pluto
Gostei tanto, tanto, tanto... mas tanto deste filme, que fiquei sem conseguir falar sobre ele nos dias seguintes a tê-lo visto, e o que eu gosto de falar dos filmes que vejo, sejam eles bons ou maus. Mas deste filme, tudo o que me saia eram umas ideiazinhas pálidas em voz muito baixinha, abafadas por uma vontade imensa de ir vê-lo outra vez, quase como se sentisse saudades.
Foi o trailer que me cativou, aquele trailer sem falas, onde a música não se limita a acompanhar a narrativa mas é antes a própria narrativa, o que acontece também no filme. Ainda hoje a fantástica melodia de "Windmills of you mind" (tinha que ter o "dedo" do mestre Michel Legrand...) está em repeat contínuo na minha cabeça. De resto, o filme tinha os ingredientes certos para me prender, tudo coisas que aprecio: o lirismo dos anos 70, o tom de tragi-comédia tipicamente irlandês do realizador Neil Jordan, uma mãe em fuga e uma "mulher-que-nasceu-homem" como personagem principal, essas personagens que me intrigam e fascinam desde que vi "Priscila, a rainha do Deserto" e nas quais pressinto invariavelmente uma amiga.
Breakfast on Pluto é um filme etéreo. É um filme de alma mais do que de corpo, de espírito mais do que de matéria. É um filme generoso e é um filme do bem.
Se eu um dia conseguisse fazer filmes queria que eles fossem assim.