Fábrica Lumière

Este blog nasceu num café-bar chamado "Vertigo", em Lisboa. Pensámos logo que esse nome era um sinal... Só podia. Adoramos "fazer filmes", essa é que é a verdade! Mas inspiramo-nos sempre nos originais. Se a amizade morresse, sobraria inevitavelmente a paixão pela sétima arte que nos une.

fevereiro 16, 2005

Janela Indiscreta 1



Suave Murro

Nem todos os dias a morte caminha tranquila. Habituamo-nos a encarar a ausência do corpo como terror intenso. Mas a vida que também é o cinema, recupera nas imagens, o movimento sério do que é real. No filme “Million Dollar Baby” de Clint Eastwood antecipa-se o sentimento de culpa para nos apresentar um Franky de meia idade, homem carregado pelos vinte anos de missa diária. A confissão permanente não lhe alivia do pecado, que jamais saberemos qual é. Esse véu negro é que invade a mente do espectador, sentindo a melancolia em cada olhar, em cada palavra, em cada abandono. Maggie é a rapariga de 31 anos que deseja ser campeã. Dos 30 anos que encerra nos punhos, há a força de ser mulher, brutal knock out ao fracasso. Insatisfeita (como todas as mulheres aos 30), luta para conquistar a atenção do ex-treinador de boxe. Franky recusa como se a felicidade estivesse à porta de um sorriso. E a teimosia vence, à força de lei da vida.
O que mais impressiona em "Million Dollar Baby" é a mestria única de quem sabe de uma história e não a expõe, de quem desvela os factos em exercício de mistério.

Pensavam que este era um filme sobre boxe?
Pois não é. É sobre a morte mais tranquila.
“Always protect yourself”.

2 Comments:

At 3:01 da tarde, Blogger Lolita said...

Hoje há reunião de redação ou posso ir para a casota?

 
At 5:39 da tarde, Blogger maldito cinema said...

eu tenho a descendencia doente e carente de miminhos...

 

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