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Tratado de Tordesilhas
Há entre Portugal e Espanha o trauma do Tratado de Tordesilhas. Transversal a todas as indústrias e artes, o cinema não é excepção. Se na primeira vez os portugueses ganharam (o Brasil foi um grande achado), nas que se têm seguido foi quase sempre a perder...
O cinema espanhol está para uns milhões, como o nosso está para, talvez, a meia dúzia de centenas de milhar. Não sei os números (se alguém souber que me informe, que eu também estou nisto para aprender), mas a diferença é abismal.
A maior diferença nem reside na quantidade de público que os dois países atingem (é óbvio que o mercado espanhol é muito maior!), mas no desequilíbrio entre o conhecimento que ambos têm do cinema produzido pelos vizinhos. Em suma, sem sermos especialistas, conhecemos muito mais as películas espanholas, que eles as nossas fitas.
Para equilibrar a balança, O ICAM - Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia assinou um protocolo com o congénere espanhol, nos termos do qual vai atribuir um incentivo financeiro às distribuidoras cinematográficas para levarem mais filmes portugueses a Espanha. Qualquer coisa como 50 mil euros por cada obra seleccionada, para custos de programação, publicidade, conferências de imprensa, despesas de viagem, etc.
O protocolo também funciona ao contrário. Óbvio. Os tratados são assim. Parece que também por cá se poderia ver mais cinema espanhol. Se calhar. Os espanhóis é que nem devem precisar disso.
2 Comments:
Aplaudo a iniciativa mas tenho uma dúvida: a selecção dos filmes vai ficar a cargo do ICAM ou das distribuidoras? Aí é que está o busíles...
O Joaquim Leitão é que ainda não se lembrou de fazer um filme com actores espanhóis, como fez o Gamboa no Herói ,
com duas actrizes brasileiras - embora por outras razões. Claro que caía o Carmo e a Trindade, mas se calhar ficava rico.
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