Fábrica Lumière

Este blog nasceu num café-bar chamado "Vertigo", em Lisboa. Pensámos logo que esse nome era um sinal... Só podia. Adoramos "fazer filmes", essa é que é a verdade! Mas inspiramo-nos sempre nos originais. Se a amizade morresse, sobraria inevitavelmente a paixão pela sétima arte que nos une.

dezembro 13, 2005

Janela Indiscreta - The Great Raid



Não sei se repararam mas, ultimamente, só me chegam ao DVD filmes que começam com a frase "Inspired by true events". Domino, Coach Carter, The Exorcism of Emily Rose, etc etc.
Ora uma frase destas parece que nos faz ficar imediatamente em estado de alerta, de pupilas dilatadas, a pensar..."espera lá que estes gajos existiram mesmo! Altamente!". Só que depois as expectativas são do Diabo. E por falar no Belzebu, no caso de Emily Rose o carácter "história verídica" até que impressiona e mete respeito (eu por exemplo tive de acabar de o ver à luz do dia, porque aquela porcaria "borra" mesmo!).
Não é o caso deste The Great Raid. História verídica de um famoso resgate de 500 prisioneiros americanos e filipinos de um campo de concentração japonês, na II Guerra Mundial. A operação foi efectuada por um grupo de Rangers - tropas especiais americanas - bem dentro de território inimigo, naquela que ainda hoje é considerada a mais bem sucedida operação de resgate da história militar americana.

E pronto, parece bom não parece? Mas dá sono!

Realiza John Dahl, que achou que para um épico desta envergadura, com 132 minutos de peso, bastava meter o tal Raid nos 15 minutos finais, e até lá, encher o filme com os melodramas dos prisioneiros esqueléticos, mais um romance platónico com uma dedicada enfermeira civil, mais as crueldades nipónicas, mais sei lá o quê.
Só que dá sono, muito sono, porque Joseph Fiennes parece um zombie a fazer de comandante dos prisioneiros cheiinho de malária (que até parece que andou a aspirar linhas de coca no plateau). Benjamin Bratt (o comandante dos Rangers) passa o tempo todo a sussurrar com James Franco (o Harry Osborn de Spider-Man), até porque andam o tempo todo atrás das linhas inimigas e não podem fazer barulho. A tal enfermeira é Connie Nielsen (a senhora de Gladiator) que também fala sempre muito baixinho e com muito cuidadinho pra não ser descoberta pela secreta japonesa.
Ou seja, vale...pelo tal ataque propriamente dito, muitíssimo bem coordenado, original, com pormenores estratégicos bem interessantes. Só que fica a saber a pouco, muito pouco mesmo. Estreia pra semana, dia 15 e deixo à vossa consideração.