Fábrica Lumière

Este blog nasceu num café-bar chamado "Vertigo", em Lisboa. Pensámos logo que esse nome era um sinal... Só podia. Adoramos "fazer filmes", essa é que é a verdade! Mas inspiramo-nos sempre nos originais. Se a amizade morresse, sobraria inevitavelmente a paixão pela sétima arte que nos une.

abril 29, 2005

Twins 5

Um gémeo está associado ao azul (da camisola) e o outro ao verde (da máscara). Tirando as diferenças cromáticas, são a cara chapada um do outro.



Maniche e Jim Carrey

abril 27, 2005

Barreira Invisível 10 - 21 Gramas

"If I stay will I be saved?"



Foram os actores que me despertaram o interesse por este filme. Agora, ao repensá-lo, noto que muito mais do que as intensas interpretações ou a original realização foram os seus temas que deixaram a marca mais profunda.

21 Gramas é um filme sobre redenção e fatalidade. Sobre como procuramos a primeira e como enfrentamos a segunda. É sobre os acordos silenciosos que fazemos com o nosso próprio destino, como a criança que passa a portar-se bem para obter uma recompensa, proteger-se de um monstro imaginário ou evitar um castigo. Esse acordo é aquilo que, em desespero, estamos dispostos a fazer, a conceder, a sacrificar para que tudo fique bem. E quando esse sacrifício é desperdiçado, quando a fatalidade quebra o nosso acordo, aí é que começa a verdadeira provação.

Porque há lições que têm que ser aprendidas, inevitavelmente, através da dor. Nós sabemos isso, mas ainda assim tentamos evitar senão a lição, pelo menos o sofrimento.

"If I stay will I be saved?"

abril 25, 2005

Janela Indiscreta 16



Sin City - Cidade do Pecado

É o novo filme de Robert Rodriguez, o discípulo favorito de Quentin Tarantino, a redimir-se da palhaçada que foi Once Upon in Time in Mexico.

Vai ser o Diabo caracterizar este filme, por isso, antecipo-me à mais que previsível reacção de todos os críticos intelectualoides da nossa praça (allô Público!): NÃO É UMA CÓPIA BARATA DE KILL BILL NEM PULP FICTION! É sim, o aluno a superar o mestre, num filme que irá ser recordado como "A VIRAGEM", no formato do cinema convencional.

São três histórias, todas se cruzam, o sangue jorra aos litros mas...Frank Miller é co-realizador. É este pormenor que o distingue. Tarantino quis fazer uma BD num filme (Kill Bill), Rodriguez fez um filme de uma BD. E não foi de uma BD qualquer. Atirou-se a uma das obras-primas de Miller (um Deus prós amantes dos quadradinhos) e exigiu que o próprio, não só escrevesse o argumento, como o ajudasse também a realizar.

Feita a introdução, temos o Crime Noir por excelência. As cenas, planos e backgrounds são decalcadas da BD, à custa de muito CGI e muito Green Screen, tal como foi feito Sky Captain. Mas ao contrário deste, Sin City não quer imitar a realidade. Aliás, quanto mais cedo interiorizarmos que estamos a "Ver" o livro de Miller, maior é o deleite prós sentidos. Depois, nunca o preto e branco nos pareceu tão belo. Mas também há cor, no sangue, que jorra vermelho vivo nos heróis e amarelo e branco nos vilões, ou no azul e verde dos olhos das mulheres.

Os actores estão irreconhecíveis, quer nas interpretações, quer na fisionomia (adaptada às vinhetas do livro, a fazer lembrar Dick Tracy). Três historias, três protagonistas, três anti-heróis. Todos pecadores, mas também vingadores, numa réstia de bondade.
Bruce Willis parece Boggart, no papel de velho detective à beira da reforma. Clive Owen é um Wise-Guy, desembaraçado com as mulheres e as armas, numa cruzada em favor de um bairro de prostitutas ameaçado pela Mafia. E Mickey Rourke simplesmente...rouba o filme. É o gorila bruto e sádico, cego por vingar a única mulher que o tratou como homem, uma prostituta barbaramente assassinada pelo Elijah "Frodo Baggins" Wood (aqui, uma criatura mórbida e assustadora que literalmente, devora as suas vítimas).
Josh Hartnett tem um prólogo e um epílogo brilhantes, no papel de hit man cavalheiresco. Pelo meio andam lá Benicio Del Toro, Michael Madsen, Jessica Alba, Rosario Dawson e até, pasme-se, um pérfido Rutger Hauer.
Conclusão: Vou querer tornar a vê-lo pelo menos mais três vezes, uma pra cada um dos contos. Porque a vontade de parar o filme em algumas cenas é insuportável, tal é a quantidade de pormenores deslumbrantes que por lá habitam. Citando Clive Owen..."Let the Big Fat Kill begins!"

abril 22, 2005

Barreira Invisível 9 - O Amigo Oculto


Corro o risco de me tornar repetitiva e porta voz oficial dos fãs de M. Night Shyamalan, mas tivesse sido ele a dirigir e a reescrever, já agora, este "O Amigo Oculto" e o público não teria de andar a brincar às escondidas com o que é verdadeiramente oculto neste filme: ritmo e suspense.

Mais uma vez, tal como no "Birth", a ideia era uma boa ideia - uma criança (Dakota Fanning) depois do suicídio da mãe começa a ter encontros com um amigo imaginário pouco sociável, o Charlie - mas nem o elenco, com Robert De Niro à cabeça, consegue colmatar o marasmo e a falta de criatividade de "Hide and Seek", no título original.

O pior de tudo é que antes do meio do filme já tinha adivinhado o final...

A fórmula para um filme "à Sexto Sentido" é demasiado complexa, e nem todos a alcançam, exige elementos simbólicos e estruturais subtis que convergem para um final em extâse. Nada disso acontece em "O Amigo Oculto"... Não basta pôr uma criancinha, por muito brilhante que seja, perturbada.

O melhor do filme ainda é o reaparecimento da magnífica Elizabeth Shue (para quem não se lembra encarnou a santa prostituta de "Morrer em Las Vegas", ao lado de Nicolas Cage). Mas soube a pouco... Há actrizes que não têm sorte nenhuma. Shue merecia melhor, desaparecida que tem andado nos últimos tempos.

E Tudo o Vento Levou 4



Palavras pra quê...?

Até me vieram lágrimas aos olhos.

Alguém que comente esta "pérola", que a mim faltam-me as palavras.

Tá na FNAC a 20€. Ala!


Star Wars: Revelations - Episódio...3,5??



Falta pouco menos de um mês para o tão aguardado terceiro (e último?) episódio. E que tal fazer um "downloadzinho" (LEGAL ainda por cima) de uma história paralela, pós-episódio 3???

É, de facto um fenómeno de proporções nunca antes vistas em mais nenhuma produção de cinema. A saga de George Lucas originou uma comunidade global de fans que não se limitam a adorar o filme: pegam em cameras e fazem longas ou curtas metragens da saga, sem desrespeitar a linha da história original.
Por mim, já eram conhecidas algumas produções independentes (ou caseiras, como lhe queiram chamar), mas apenas pelas capas dos DVDs que circulam pela net. Entre muitas, ficaram famosas "Troops", "Knight Quest" e "Duality". Não fazia era a mínima ideia de como lhes deitar a mão.

Até que...fui dar com este SITE...e caiu-me literalmente o queixo!



A Panic Struck Productions realizou um desses filmes de fans, de 40 e tal minutos, não lucrativo.
Ao que parece, todos estes projectos paralelos independentes, têm obrigatoriamente o aval de George Lucas, que ainda disponibiliza alguns adereços originais.

Os mentores do projecto explicam que a despesa mais elevada foi a aquisição no Ebay da camera que filmaria o filme (uma Canon XL1S que custou 4.500 dólares). Os actores e equipa de filmagem, todos amadores, foram voluntários não remunerados e os efeitos especiais ficaram a cargo de uma equipa de fans um pouco por todo o mundo, nas suas casas, a contribuírem com as ambiciosas cenas em CGI (e acreditem...está tal e qual os filmes originais).



A história passa-se entre os episódios 3 e 4 da saga. O Imperador Palpatine espalhou o seu poder por toda a galáxia. Darth Vader já é o monstro temido por todo o lado. Os Jedis são caçados sem piedade. Estão lá os famosos Sabre-Lazer, aparece o próprio Darth Vader em todo o seu esplendor mais os famosos Imperial-Troops, vestidos a rigor, como se estivéssemos a assistir a uma produção da Lucasfilms.

E a melhor notícia de todas: sendo uma produção não-lucrativa, a Panic Struck Productions disponibiliza gratuitamente o ficheiro do filme, em diversas plataformas. São perto de 250 Megas em Windows Media Player, Quicktime, ou links de E-Mule e E-Donkey.

Sem mais palavras, abram a página e bons downloads para todos.
Que a força esteja convosco!



Nem tudo o vento levou

Há algum tempo que tinha vontade de lembrar nesta nossa “fábrica” um dos mais inesquecíveis homens da representação portuguesa: António Silva.


António Maria Silva nasceu a 15 de Agosto de 1886, na freguesia de Sacramento, em Lisboa. Passaram-se quase 100 anos desde a sua primeira representação (1910), mas nem por isso a lembrança de António Silva, e dos seus filmes a “preto e branco”, perdeu intensidade. Os seus gestos exagerados, teatralizados, a postura aristocrática, distinguiram-no desde sempre de outros protagonistas da comédia, como Vasco Santana por exemplo, que, gozando de uma “abastada” presença na tela, garantia, quase sem esforço de palavras, meia dúzia de gargalhadas. A graça de António Silva estava no seu ar “british”, refinado e cuidado, que não se perdia, fosse ele o alfaiate Caetano de “A canção de Lisboa” (1933), o comerciante Cipriano de “A menina da rádio” (1944) ou o sportinguista ferrenho de “O leão da Estrela” (1947).



Se o encontrasse hoje agradecer-lhe-ia pelos momentos de boa disposição, pelas tardes de domingo bem passadas, pelo chá e pelos bolinhos que a pretexto se faziam, pelo brilho que deixava nos olhos da minha avó sempre que aparecia na televisão.

Não era bonito, mas era charmoso, não era uma estrela de Hollywood, mas para mim merecia um oscar. FIM

abril 21, 2005

Twins 4

Para além da língua materna (com os devidos sotaques) estes maninhos também herdaram a mesma boca (e o que ela promete) .



Rodrigo Santoro e Hélder Postiga

abril 19, 2005

Barreira Invisível 8 - A Intérprete

(ou como eu fiquei "lost in translation")

Sean Penn e Nicole Kidman mereciam melhor.
A ONU, que pela primeira vez permitiu filmagens na sua sede, merecia melhor.
Sydney Pollack prometia melhor.
Eu esperava melhor.



Saí da sala com a sensação de que muito boas cenas devem ter ficado no chão da sala de montagem e que outras cenas é que deviam ter tido esse destino. A Intérprete é um filme que não se decide entre o foco no thriller político ou nos dramas pessoais dos dois personagens principais. E acaba por não fazer juz nem a uma coisa nem a outra.

A trama é consistente e o argumento está bem escrito (curiosidade: foi sendo escrito à medida que o filme ia sendo rodado).
As salas e corredores da ONU são altamente "filmogénicos".
Sean Penn e Nicole Kidman tratam a câmara por tu e transpiram talento.
Com todos estes ingredientes, preparei-me para um banquete mas serviram-me "fast-food". Nem a minha cega e obsessiva paixão pelo Sean me leva de volta à sala escura para rever "A Intérprete". E o DVD terá direito a lugar na estante porque é artigo de colecção.

Nota 1: Nicole Kidman definitivamente não combina com guerrilhas e espingardas.
Nota 2: A voz do Sean Penn está cada vez mais cavernosa e isso assenta-lhe como uma luva nos papéis de durão.
Nota 3: Se há uma tradutora duma língua africana desconhecida como é que não há um tradutor de português?



Sean Penn e Nicole Kidman em algumas das cenas cortadas, fotos tiradas daqui.

abril 14, 2005

2º Festival IndieLisboa - 21 de Abril a 1 de Maio


A partir de amanhã bilhetes à venda no Fórum Lisboa e no King.
Toda a verdade aqui no site oficial do Indie..

Falar, falar, falar...

... Hoje no Teatro S. Luiz, ali ao Chiado, pelas 18H30, decorre um debate sobre o cinema português. Estará o público 'divorciado' do cinema que se faz em Portugal? Deverá a ficção cinematográfica nacional depender apenas dos subsídios do ICAM ou procurar outras fontes de investimento? São alguns dos tópicos em discussão.

João Lopes, Paulo Trancoso, António-Pedro Vasconcelos, entre outros, lá estarão. Eu, se não tivesse outro compromisso, sempre gostava de lá ir ouvir as banalidades do costume...

Twins 3






Se não for a Fábrica a fazer de "Ponto de Encontro" há gémeos que nunca na vida se vão conhecer. Danny de Vito e Marques Mendes são outros dos irmãos que nós ajudámos.

Digam lá se pode haver dúvidas!?

abril 12, 2005

Janela Indiscreta 15

Amantes do cinema de animação, fiquem atentos à estreia de Valiant.

Is it a plain? Is it a rocket? Is it a comet? No, it’s Valiant, the Super-Pigeon.



Valiant é muito mais do que um pombo, é um pombo mensageiro, aspirante a herói na Royal Air Force Homing Pidgeon Sevice (RHPS). A Segunda Guerra Mundial é o palco da acção e o mais recente recruta da RHPS tem por missão garantir o “voo” seguro de mensagens importantes sobre as movimentações do inimigo. O nosso pombo britânico, com a voz de Ewan McGregor (esse belo exemplar das terras de Sua Majestade) não se encolhe e está disposto a enfrentar de peito aberto e de penas em riste, a perigosa brigada de falcões, que não lhe facilitará a tarefa.

Nos bastidores desta comédia animada encontramos uma mão cheia de talentos, nomeadamente, o General Von Talon (é Talon mas não dá comprimidos para emagrecer), que tem a voz de Tim Curry; Sarge, que grita às tropas com a voz de Jim Broadbent (era o pai de Bridget Jones); Mercury, cuja voz dispensa apresentações, Sir John Cleese; e finalmente uma representante feminina, Victoria, uma atraente pomba-enfermeira, que arrasta a asa para Valiant, com a voz de Olivia Williams (puderam vê-la no Sexto Sentido). Também não pode ficar por citar o nome do produtor, o senhor John Williams, o mesmo que produziu Shrek e Skrek2.

E Marilyn cantava assim...



Happy Birthday to You
Happy Birthday to You

Happy Birthday dear...Mário

Happy Birthday to You!


Da Fábrica Lumirère

Música no Coração - Be Cool

Não foi um filme que ficasse marcado pela música. Não foi um filme que me levantasse da cadeira com vontade de dançar. Mas foi um filme que pelo par e pela dança, quase me levou a fazer uma inscrição nos Alunos de Apolo.
Vale a pena pelo "Sexy" dos Black Eyed Peas cantado ao vivo, pela "Roda" da Elis Regina, e pelo teledisco da personagem Elliot Wilhelm (The Rock), vestido de cowboy, a cantar "You Ain't Woman Enough".

As 69 cenas mais sensuais do cinema pela...

MAXMEN de Abril

O primeiro lugar do ranking vai para "Instinto Fatal", sobretudo para o movimento de pernas que se segue imediatamente nesta cena:



Sim, eu leio a Maxmen (vai lá ter a casa, e eu vejo por mero acaso...). Se puderem dêem uma olhada neste Top 69, há lá filmes de que já ninguém se lembra e servem de sugestão para o clube de vídeo.

abril 11, 2005

Barreira Invisível 7 - Be Cool



Duas razões para ir ver: John Travolta e Uma Thurman.

A primeira vez que vi o John Travolta foi no Grease. Depois viu-o jingar-se no Saturday Night Fever... O rapaz era piroso e esforçava-se para parecer cool com aquelas calças justas e as camisas abertas.
Se calhar é uma questão geracional, mas o Travolta daquela época não me fascinava e nem me fazia ir a uma sala de cinema ver um filme que à partida não me seduz, como é o caso deste Be Cool.

Travolta tem aquele ar de pai de família, sem ser seca, que salva qualquer mulher da maior enrascada, sem aparecer com fato de super-herói. Um sorriso que nos descompõe em três partes sem nenhuma saber da outra, um olhos penetrantes, que tanto sabem ser sérios como divertidos, e uma voz nada de especial mas que apetece ouvir.
E sabe conduzir uma mulher na pista de dança, deixando-a brilhar.

Uma Thurman lá brilhou outra vez. Gira, gira, gira. Cool.

Tenho a impressão que este filme não lhes deu trabalhinho nenhum a fazer... Limitaram-se apenas a vestir o maravilhoso guarda-roupa e a "curtir" os seus papéis inseridos num elenco de personagens bizarras e caricaturadas até à exaustão, que brilham mais pelas suas prestações individuais, do que pela unidade e consistência do argumento que é muito baixa.

Com cada personagem por si, à excepção das do par Uma/Travolta, neste filme o que é preciso é mesmo manter a calma. Se permanecermos cool, não saímos desapontados.

Nota - A Lolita fará a apreciação da banda-sonora, mas para já devo dizer que não é por aí que o filme ganha(à excepção dos Black Eyed Peas...).

abril 07, 2005

Barreira Invisível 6 - Espanglês



Depois de ver Espanglês fica a pergunta:

Deverá a identidade colectiva/cultural sobrepor-se à individual?
Não. Esta é desde já a minha resposta.

Apesar de sermos o que o meio físico e cultural nos fez, a identidade mínima obrigatória é o eu.
Eu, tu e ele... O nós é um segundo patamar, cujo plural não deve dissolver a singularidade de cada homem. O que cada um faz com as suas origens geográficas e com as tradições do seu povo é o que nos torna únicos.

Neste sentido, Espanglês é um belíssimo filme com um final triste. Quando digo triste não é por a rapariga (Paz Vega) não ter ficado com o rapaz (Adam Sandler). Nada disso (embora tivesse preferido que sim...). É por essa mesma rapariga ter obrigado a filha a ser como ela, em nome de uma identidade que não quer ver dissolver-se nos valores da sociedade americana. Talvez por isso eu perceba tão bem as motivações da outra rapariga na estória (Téa Leoni, casada com a personagem de Adam Sandler).

À parte esta questão, que poucos ou nenhuns créditos lhe retira, Espanglês tem personagens ricas, interpretadas à flor da pele, por actores que se atiram do ecrã para os nossos sentidos sem rede. Até os clichés como “empregada pobre mexicana conhece senhores ricos americanos” são desmontados com o tipo de humor que nos faz bem – aquele em que se ri por entre lágrimas.

Comovi-me. Muito.

Nota1:
Não há nenhuma personagem má neste filme. São todas tão exuberantemente humanas que nos fazem acreditar que nós, com todas as limitações e pecados, ainda somos a melhor espécie ao cimo da terra.

Nota2:

Não as cito aqui porque exorto a comunidade leitora desta Fábrica a ir ver Espanglês, mas existem pelo menos duas mãos cheias de falas que podem entrar para a “caderneta de pensamentos” a reter dos diálogos cinéfilos.

abril 05, 2005

Hitch - Gargalhada 3



Perguntam os respeitáveis leitores "porquê quatro "Hitch's" de rajada???

1 - Porque quatro dos "Suspeitos" resolveram ir ao cinema.
2 - Achar um consenso foi do diabo! No fim, em cima da mesa restavam "As Navalhadas Voadoras", o Jaquim (o Almeida, não o outro) e este Hitch.
3 - E foi mesmo de moeda ao ar. 20 cêntimos fez ganhar o "Comichões".

À saída, enquanto imitávamos os célebres passos de dança (esqueceste-te do "Anzol" ò Lolita) combinámos logo obrigar toda a gente a ir ver isto.

Cá fica o último contributo, com a imagem que mais me marcou: Hitch, alérgico a comidas exóticas, desenvolve uma reacção alérgica durante uma refeição com a mocinha dos seus sonhos. Olhem-me bem para aqueles abanos!

Hitch - Gargalhada Sonora



Falar sobre este filme e não apresentar a banda sonora seria um crime. Não tivesse ele duas cenas de dança de fazer inveja a um Travolta mais qualificado. Nunca mais vou esquecer os famosos passos do "cotonete" e do "fazer Pizzas". Se um dias os meter em prática espero ter tanto sucesso no amor como o seu criador.
Agora oiçam e deixem fluir a veia de bailarino que há em cada um de vocês.
1,2... uh...1,2 ... uh!

Hitch - Gargalhada 2

(ou a crítica de estafetas...)

Pego no testemunho e asseguro que foram muitas e sonoras as gargalhadas. Para mim que sou de riso difícil, ao contrário da Sony Hari, este Hitch - A cura para o homem comum valeu cada cêntimo do bilhete e superou as expectativas (claro que ter a Sony ao lado ajudou, porque o riso dela é altamente contagiante).



Acontece que nesta comédia-romântica a qualidade da comédia é muito superior à do romance (por vezes pretensiosamente profundo) e dei por mim a querer que algumas cenas "delico-doces" passassem mais depressa. De facto, se há algo que não está à altura do resto do filme é o ritmo.

Hitch é um filme luminoso, com a fotografia a captar a intensidade e o calor das primeiras horas da manhã. São muitas as cenas banhadas pela luz matinal (quer sejam ao ar livre ou não) e há mesmo um "first date" às 7h da matina!

Seguindo a tendência actual deste tipo de filmes, em que as bandas sonoras constituem um sucesso paralelo (lembro-me de Nothing Hill, de Love Actually, das duas Bridgets...), Hitch não será diferente, com uma banda sonora que junta baladas clássicas com temas R & B e hits das pistas de dança, como o "Turn me on" de Kevin Lyttle.

Eva Mendes "sexy-como-tudo" esteve à altura de Will Smith que... que... que convenhamos, não é um homem comum.

Um êxito de bilheteira plenamente justificado e que se recomenda a quem quiser fazer um pouco de exercício nos músculos da barriga e sair da sala muito bem disposto.



Que venha o próximo!

O Novo 007

Finalmente a decisão foi tomada e já temos o actor que vai fazer o papel de Bond enquanto novo, Orlando Bloom.



Ficamos à espera do 007 maduro...

abril 04, 2005

Hitch - Gargalhada 1

E lá fomos nós (eu e alguns suspeitos do costume), em fila indiana, a estalar pipocas entre os dentes, doces ou salgadas, conforme o gosto de cada um. Deixei para trás a minha vontade, a minha escolha, o meu “Segredo dos punhais voadores”, mas desta vez valeu a pena



Hitch (o filme eleito) não é só uma comédia, é uma boa comédia. Quem me conhece bem sabe que sou de riso fácil. Mas não se trata de rir ou gargalhar sem filtro ou discernimento. Gargalho porque é bom, dá saúde e faz crescer. Porquê aprisioná-lo (o riso), se ao fazê-lo corremos o risco de semear uma hérnia entre os discos da lombar ou uma úlcera no estômago? Se tem um bom “realejo dental”, use-o sempre que puder.

E Hitch foi um banquete de humor, uma salada de frutas exóticas, uma bavaroise de morango, um café com canela, um vinho do Porto envelhecido, um bom charuto cubano.



Alex Hitch é um profissional do amor, que debita técnicas e fórmulas matemáticas para a conquista amorosa, uma espécie de cupido robotizado. Albert (o actor Kevin James) é o pupilo em foco. Mas neste “jogo matemático” não há lugar para o grande X do amor: a espontaneidade. E este X é sem dúvida o calcanhar de Aquiles de Alex Hitch, que na hora da verdade, na hora de enfrentar o seu próprio fantasma do amor, o seu pecado, a sua Eva (Mendes), não se lembra sequer como se fala. Então é vê-lo tonto, de língua enrolada, quase mudo, estúpido e desengonçado, embaraçado, um palhaço mal improvisado, como todos os comuns mortais enamorados, brancos, pretos, amarelos ou azuis.

No amor a probabilidade de não acertar é quase infinita. No Euro Milhões também, e não é por isso que deixamos de tentar. E olhem que Hitch ganhou um belo Jackpot ...


P.S. Passo o testemunho aos meus companheiros de filme.

Quiz Show 3



Qual o outro nome de Joaquin Phoenix?

Leaf (como aquele jogador de futebol, só que em inglês...)

O nome de nascimento é mesmo Joaquin, mas os seus papás-hippies passaram a chamar o rebento de Leaf por volta dos quatro anos de idade, para não destoar dos maninhos River e Rain.
River Phoenix, conhecido pelo filme de culto "Stand by Me" e por ter sido o jovem Indy em "Indiana Jones and the Last Crusade", acabaria por morrer de overdose em 1993. Joaquin estava com o irmão nessa noite.
Em alguns filmes do início da sua carreira ainda se pode ler Leaf Phoenix nos créditos mas no início dos anos 90 resolveu adoptar novamente o nome Joaquin. Eu acho que fez muito bem!